quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Dama de Ferro


Não, não vou falar da ex-primeira ministra britânica que de ferro acho que só tinha a expressão.

Vou falar de uma mulher que foi a primeira e a última que tive a honra e o prazer de admirar o seu trabalho.

Oriana Fallaci


Esta italiana nascida em Florença é um dos seres humanos que mais admirei, ou admirava pois infelizmente já não está entre nós.

No dia que morreu fiquei mesmo triste, sinceramente triste, e lembro-me que cheguei a casa e fui desfolhar alguns dos seus livros que tanto aprecio, e é de dois de esses livros que vos quero falar, mas antes disso queria escrever sobre a mulher extraordinária que Oriana foi, o que ela significou para milhões de pessoas e sobre a coragem impressionante que sempre demonstrou.

Começo por vos dizer que muitas vezes alguns jornalistas vão fazer uma reportagem a algum pais longínquo e passam lá 3 dias e já se acham conhecedores profundos da dita região, com Oriana as coisas eram diferentes, falava do Médio Oriente, da Europa e dos Estados Unidos com conhecimento de causa, viveu 4 anos em Cabul, viveu em Itália, Paris, Alemanha, Suécia, Uk e Espanha, nos Estados Unidos viveu o fim da sua vida porque se auto exilou, detestava Silvio Berlusconi, o “fascista” como lhe chamava.

O primeiro livro que vos falo é magnífico, chama-se “Entrevista com a Historia” e são 17 entrevistas com líderes da década de 60 e 70 e algumas das mais carismáticas personagens da altura.

Nomes como Dalai Lama, Henry Kissinger, Shah of Iran, Ayatollah Khomeini, Willy Brandt, Zulfikar Ali Bhutto, Walter Cronkite, Muammar al-Gaddafi, Federico Fellini, Sammy Davis Jr, Nguyen Cao Ky, Yasir Arafat, Indira Gandhi, Alexandros Panagoulis, Arcebispo Makarios III, Golda Meir, Nguyễn Văn Thiệu, Haile Selassie, Sean Connery e Lech Walesa. São alguns dos nomes que passaram pela caneta de Oriana, tem um dos seus livros com o prefácio de Orson Welles!

Algumas destas conversas ficaram famosas como aquela em que Ayatollah Khomeini se recusou a falar com ela por não estar com a cara tapada! Ao que ela respondeu que agora era ela que se recusava a falar com um machista que não entendia ou não aceitava pessoas de outras culturas, este encontro era em Berlim e não no Médio Oriente! E foi-se embora…2 semanas depois foi ele que lhe pediu desculpas e pediu novo encontro! Como este encontro foi no Irão, ela por estar num pais com outros costumes já cobriu a cabeça.

O Segundo foi o livro que mais me marcou nos últimos 10 anos, chama-se “A Raiva e o Orgulho”, um livro com pouco mais de 200 páginas e que recordo que o li em poucas horas de uma só vez, aviso…é um livro muito forte e já conheci pessoas que o acharam xenófobo.

Tudo começou com o atentado às torres em NY, Oriana Fallaci vivia em Manhattan e por isso viveu de perto toda a tragédia, dois dias depois recebeu uma chamada do editor do “Corriere della Sera” se queria escrever sobre o que estava a acontecer, Oriana já não escrevia há muitos anos mas dadas as circunstâncias aceitou. Começou a escrever e deu-se conta que a página inteira que lhe ofereceram não chegava para tudo que queria dizer, pois passou de uma para duas e de duas a três e por fim a quatro páginas! Falamos de um diário que é do tamanho do antigo Expresso…

Ainda assim ela escreveu tanto sobre isso que depois editaram o livro "The Rage and The Pride"e que eu aconselho vivamente mas repito, cuidado, é um livro muito intenso e escrito no calor da situação vivida, enquanto o li-a pensava “Oriana…também não exageres…depois de ler mais umas linhas pensava…se calhar não estás a exagerar”

Enfim, não vos conto mais, experimentem!

Foi uma mulher extraordinária, foi uma guerreira, foi uma mulher com a qual eu iria adorar passar uma noite a ouvir os milhões de histórias que certamente teria para contar.

Esta foi a minha pequena homenagem a uma mulher com M maiúsculo e que foi a prova que não há nada, absolutamente nada que uma mulher não possa fazer na vida, só tem de ter coragem a acima de tudo determinação! Não há profissões só para homens.

RIP

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Diferente!

- Olá, eu sou o PavlovDoorman!
- E eu sou o Onun
- Olha lá, as pessoas devem estar a pensar…mas porquê mais um?
- Realmente! Mas este vai ser diferente.
- Pois…é o que dizem todos.
- Claro que é, mas este vai mesmo ser.
- Porquê?
- Porque é diferente dos outros que já tive
- Fraca resposta…
- Mas é a minha, tal como o blog. É nosso, é diferente.
- Ok, esperava mais de ti, uma resposta mais elucidativa.
- Pois, mas não tenho, sou diferente! Tal como o blog, sou um misto de imagens difusas, sonoridades díspares, palavras confusas, percebes?
- Ok, não adianta… podemos adiantar o que vamos escrever aqui?
- Podemos, vamos escrever sobre Música, Livros, Filmes, Tv, Internet, Revistas, Blogs e afins, ou seja, vamos fazer reviews de tudo que passar pelas nossas vidas, e claro…vamos fazê-lo de forma diferente!
- Lá estás tu com isso outra vez!
- É verdade!
- Está bem mas as pessoas já se fartam da conversa.
- Nada disso, as pessoas que aqui nos visitam são…. Diferentes!
- Arghhhhhhhhhhhh!!!
- Ok, voltamos já!

Nadia Comaneci


Andei com a cabeça as voltas para decidir sobre o que seria o meu primeiro post neste nosso novo canto virtual, como devem de ter percebido pela introdução o tipo de coisas sobre as que iremos falar são bastante diversas, vão desde a música até ao cinema ou desde falar de um blog até a um artigo de uma revista. Como tal não me foi fácil escolher o primeiro.

Por fim pensei… o primeiro tem de ser sobre a minha maior paixão, a minha droga, a música!

Dito isto aqui fica um humilde review de um álbum que muito me marcou desde o final do ano passado.

Raising Sand

Robert Plant & Alison Krauss

Alinhamento:

· "Rich Woman"

· "Killing the Blues"

· "Sister Rosetta Goes Before Us"

· "Polly Come Home"

· "Gone Gone Gone (Done Moved On)"

· "Through the Morning, Through the Night"

· "Please Read the Letter"

· "Trampled Rose"

· "Fortune Teller"

· "Stick with Me Baby"

· "Nothin'"

· "Let Your Boss Be Your Lesson"

· "Your Long Journey"

Talvez seja este o álbum que mais vezes ouvi este ano, uma verdadeira pérola musical ao qual numa escala de 0 a 10 eu daria um 9 muito sólido e em dias felizes lhe daria uma pontuação ao bom estilo da Nadia Comaneci.

Toda a beleza, inteligência, bom gosto e qualidade musical deste trabalho fazem com que seja com absoluta certeza um álbum que entra directo para o Top 20 musical da minha vida.

Não vos vou maçar com uma descrição do álbum música a musica, mas não resisto a destacar uma por outra.

“Killing the Blues” é uma das mais belas canções escritas nos últimos 20 anos. Acho que isto chega.

“Please Read the Letter” é uma daquelas que nos faz imaginar cenários, ver as personagens, é um grande livro!

E a “Through the Morning, Through the Night” é uma música que se “encosta” ao country mas com subtileza e muita classe, o que é muito difícil visto que este estilo musical é propício a mal entendidos…

A banda que os acompanha é um misto de loucos com génios musicais com Marc Ribot e o produtor/músico T. Bone Bournett,Dennis Crouch, Mike Seeger, Jay Bellerose, Norman Blake, Greg Leisz, Patrick Warren e Riley Baugus.

As músicas são algumas originais desta dupla e outras de escritores como Tom Waits, Gene Clark, Sam Phillips, Townes Van Zandt e os The Everly Brothers.

Ao vivo pelas amostras no Youtube, deve ser uma maravilha, ainda por cima é normal tocarem músicas dos Led Zeppelin! Que mais posso eu pedir?

Uma pequena amostra;

domingo, 12 de outubro de 2008

Bem-vindos

Bem vindos a este novo espaço onde acima de tudo eu e o meu amigo Onun relataremos a nossa visão dos pequenos momentos que vivemos no dia-a-dia, muitas das vezes sem nos darmos conta...

Para começar falo-vos da minha adoração por séries televisivas de comédia... A vida já é tão cinzenta na vida real, que se ligo a caixinha mágica gosto de ver algo diferente, algo que por vezes até possa servir como escape. E nos dias que correm a série que me tem acompanhado durante o horário laboral - sim, vejo tv e ouço música enquanto trabalho - é a How I Met Your Mother...

O relato do dia-a-dia de 5 amigos, sendo que tudo é relatado por Bob Saget interpretando Ted Mosby um arquitecto que 25 anos depois de toda a trama conta aos filhos como conheceu a mãe deles...
Com um elenco que funciona muito bem, onde destaco Neil Patrick Harris, que finalmente encontrou um programa onde pode desligar-se de Doogie Howser, se bem que não seja um mau legado...


Além da série propriamente dita gosto também da banda sonora, divulgando um misto de sons esquecidos nos anos 80 e 90, e bandas novas que despontam do outro lado do Atlântico e muitas delas nunca darão o salto para a Velha Civilização...

Eu gosto, mas agora senão se importam, vou ali e volto já...